A pecuária norte-americana deu um salto em termos de sustentabilidade. A constatação é dos criadores brasileiros que participam do Congresso Mundial de Devon 2024, nos Estados Unidos. Segundo a pecuarista Anna Luiza Berchon des Essarts Sampaio, da Estância da Gruta, de Capão do Leão (RS), um dos exemplos positivos é a Lakota Ranch, propriedade no estado da Virgínia (EUA). A fazenda reduziu em 94% o uso de fertilizante e herbicida no campo graças ao manejo intensivo de pastagens. “O solo fica coberto 365 dias no ano por 7 anos consecutivos. Este trabalho intenso de cultivo e pastoreio aumenta a competição entre as plantas por nutrientes, reduzindo a infestação por plantas daninhas”, destaca.
Além disso, explica Anna Luiza, o aumento da cobertura vegetal do solo significa um maior volume de raízes, o que garante aeração e vida na terra. Com isso, o Lakota Ranch viu a qualidade das forrageiras aumentar com consistência. Atualmente, as 350 vacas recebem no máximo 30 fardos de feno ao ano. Antes da alteração de manejo sustentável, era preciso de 600 a 800 fardos para alimentar apenas 200 vacas. O bom trabalho também trouxe reflexo ao antecipar a terminação do gado para um intervalo de 24 a 28 meses.
Com 11 propriedades na Costa Leste do país no roteiro, dos dias 19 de abril a 3 de maio, a viagem oportuniza que os pecuaristas possam adquirir bagagem para criar rebanhos ainda mais produtivos e carniceiros. Para Anna Luiza, a experiência é enriquecedora e deve agregar na criação do gado Montana feita pela Gruta, que é composta pela genética Devon. “As trocas são essenciais para seguir investindo no melhoramento genético, com animais precoces e adaptados”, finaliza.
Crédito das fotos: Catarina Sampaio Quinto Di Cameli